Por: Luís Nova
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Quem dá mais valor para o asfalto é quem sonha em morar em uma rua pavimentada. Pista em terra remete a um passado distante, entretanto, no Distrito Federal ainda existem regiões que se assemelham ao passado, como é o caso da quadra 202 do Itapoã, trechos do Sol Nascente, Santa Luzia e outras áreas espalhadas pela Capital.
O aposentado Rolnildo Ribeiro, 53 anos, é uma pessoa com deficiência que precisa atravessar a lama durante a chuva e a poeira na seca para fazer algo comum: sair de casa.
“É muito ruim essa situação. Tenho que fazer muito esforço para poder fazer algo simples. Semana passada, o vizinho teve que me ajudar porque minha cadeira atolou na lama”, desabafa.
O aposentado vive sozinho e mudou para a região em 2009. Ele presenciou a construção do Fórum do Itapoã, a pavimentação de pistas adjacentes, mas nunca viu o asfalto em sua porta. Por causa da condição precária da via, semanalmente sofre algum tipo de acidente.
“A falta do asfalto e as pedras no caminho danificaram as rodas da minha cadeira. Minha vida fica muito mais complicada na terra”,frisa Ronildo.
A poeira e a lama são um problema para todos da região, a empresária Leudecléia Reis, 40 anos, aguarda ansiosamente pela pavimentação total do setor. O asfalto chegou à porta da sua loja, mas a poeira e lama continuam a visitá-la frequentemente. “Na seca a poeira invade a loja, na chuva a lama escorre para cá. Não consigo nem falar quantas vezes meu marido teve que me carregar no colo para dentro de casa para fugir da sujeira”,pontua Leudecléia.
A diarista Rose Helena Silva, 45 anos, mora no setor há mais de quatro anos. Segundo ela, a prioridade do asfalto foi apenas para o prédio público da região e não para a população. “O asfalto chegou até o fórum e parou. A gente continua aqui na poeira”, destaca.
Questionada sobre o asfalto, a Administração Regional do Itapoã afirma que a região “faz parte do cronograma de pavimentação” e a obra já está em andamento, mas é necessário terminar a parte subterrânea primeiro. “A instalação das manilhas para a drenagem das águas pluviais. Atualmente, a obra já está na Avenida Brasil, que corta a cidade até a DF-001, ao lado do Fórum”, explica a pasta.
De acordo com o Administrador Regional, Dilson Bulhões, as fortes chuvas que atingem o Distrito Federal afetam a obra diretamente, pois atrapalham o andamento da construção das vias. “Não podemos ter uma previsão exata por conta das chuvas que, infelizmente, atrapalham o andamento dos serviços, mas podemos assegurar aos moradores que o GDF tem feito o possível para agilizar essa grande obra, que beneficiará dezenas de famílias”, esclarece o Administrador Regional.O post Na lama: os desafios dos moradores no Itapuã apareceu primeiro em Jornal de Brasília.