Estudo da UCB orienta propostas de revitalização e desenvolvimento urbano sustentável no SCS
Brasília, 5 de dezembro de 2025 – A Universidade Católica de Brasília (UCB) apresentou, nesta quarta-feira (3), o relatório da primeira fase do estudo Diagnóstico do Setor Comercial Sul (SCS), desenvolvido com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-DF), no âmbito do programa Desafio DF (2023). A iniciativa incentiva pesquisas aplicadas que contribuam para o desenvolvimento urbano sustentável e para o fortalecimento da economia criativa na região.
Localizado no centro de Brasília, o Setor Comercial Sul é um dos tradicionais polos empresariais da capital, mas que, ao longo dos anos, passou a enfrentar esvaziamento, insegurança, fragmentação das atividades econômicas e aumento de espaços ociosos. Esses desafios motivaram a elaboração de estudos voltados à revitalização e ao fortalecimento da economia criativa, contexto no qual se insere o diagnóstico apresentado pela UCB.
“O Setor Comercial Sul tem potencial para se consolidar como um dos grandes polos criativos e tecnológicos do país, e este diagnóstico é a base sólida que orienta essa transformação”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Rafael Vitorino, durante a apresentação.
Para a assessora especial da FAPDF, Ana Paula Aragão, o estudo marca um avanço fundamental. “Revitalizar este território é reavivar um coração da nossa história e reconectar pessoas, negócios e ideias. A verdadeira inovação nasce também nas ruas e nos pequenos empreendimentos, e o Setor Comercial Sul será esse espaço”, destacou.
A prefeita do SCS, Niki Tzemos, reforçou o impacto da iniciativa. “Estamos construindo uma nova dinâmica para o Setor Comercial Sul e para a cidade, com mais vida, mais empresas e mais oportunidades”, disse. Ela citou o Porto Digital, em Recife (PE), como exemplo de transformação urbana e tecnológica que inspira o projeto brasiliense.
Metodologia
O diagnóstico foi elaborado por uma equipe interdisciplinar com mais de 30 pesquisadores da UCB, coordenados pelo professor Alexandre Kieling, do Programa de Pós-Graduação em Inovação em Comunicação e Economia Criativa. A análise combinou métodos qualitativos e quantitativos, como cartografia social, entrevistas, observação de campo e levantamento socioeconômico e cultural.
“A vitalidade de um território como o SCS não se explica apenas por números. Ela emerge das relações sociais, dos fluxos urbanos e das práticas culturais”, explicou Kieling.
Durante o evento, pesquisadores do Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído (Pisac), da UnB, apresentaram uma maquete física em realidade virtual, permitindo visualizar cenários possíveis para o futuro da área.
O projeto
O Polo Criativo Tecnológico do Setor Comercial Sul nasce com a proposta de transformar o território em um ambiente de inovação, cultura, tecnologia e economia criativa. O projeto busca revitalizar o SCS, fortalecer sua vitalidade urbana e atrair negócios inovadores, conectando governo, universidades, setor produtivo e comunidade.
A primeira fase, agora concluída, consistiu em um diagnóstico aprofundado. Foram mapeados cerca de 5 mil empreendimentos e mais de 500 empresários foram ouvidos, permitindo identificar características sociais, econômicas e culturais da região. A pesquisa foi realizada em articulação com instituições como Sesc, Senac, Sebrae, Fibra, Fecomércio e entidades locais.
Próximas etapas
Com o diagnóstico concluído, o projeto avança para o planejamento estratégico e a construção do zoneamento urbanístico do futuro polo. A nova fase será conduzida de forma integrada pela UCB, UnB, Secti-DF, FAPDF, setor produtivo e sociedade civil, com o objetivo de estruturar um modelo de governança participativa voltado a orientar ações de mobilidade, ocupação, cultura, inovação e economia criativa.
Etapas do projeto:
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Diagnóstico do território (concluído): análise das dinâmicas sociais, econômicas, culturais e urbanísticas do SCS
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Planejamento estratégico (em andamento): definição das diretrizes para o futuro do polo
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Zoneamento urbanístico: determinação de usos, áreas prioritárias e integração entre espaço público e iniciativa privada
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Implementação e ativação do território: criação de espaços criativos, laboratórios, centros culturais e estímulo a negócios inovadores